domingo, 13 de janeiro de 2019

IDEOLOGIA DI GENERE



Il tema sull’ideologia di genere nel testo è presentato di modo molto complesso e delicato nel contesto attuale. L’ideologia di genere vuole sempre decostruire ciò che tradizionalmente si conosce per sesso maschile e femminile, difende soprattutto che il genere è una costruzione sociale e culturale. Il bambino allora, per tale ideologia, nasce sessualmente neutro. Nella misura che esso cresce avrà la libertà di scegliere sulla sua propria identità sessuale. Con questo si vuole abolire il concetto di maschile che si riferisce a uomo e femminile che si riferisce alla donna come modo di controllare la disuguaglianza e la superiorità di un sesso sull’altro.
Vengono presentate due tipi di femminismo che sostengono questa ideologia: il primo è il femminismo della parità, un femminismo moderato, «semplicemente crede nell’uguaglianza legale e morale dei sessi […] senza discriminazione». (REVOREDO, 2003, p. 458). Il secondo è il femminismo di genere, un movimento molto diffuso. Questo vede l’essere donna come figura sottomessa e oppressa all’interno di un sistema patriarcale e andronico oppressivo. La relazione tra le differenze di sesso in questo femminismo è di ostilità. «Bisogna quindi stabilire una cultura femminista rivoluzionaria autodefinita della donna, ideologicamente e materialmente, al di fuori del patriarcato». (FERGUSSON, A. – FOLBRE, N. p. 80).
Con il femminismo di genere, l’essere uomo e donna è allora una definizione di responsabilità della struttura sociale, uno individuo è definito come uomo o donna a partire del suo ruolo nella società. Ma se il fatto di essere donna nella cultura andronica mette in crisi l’essere donna, allora anche i concetti donna e uomo sono in crisi. Perciò nel pensiero femminista si afferma che «le donne non sarebbero oppresse se non esistesse il concetto di donna» (REVOREDO, 2003, p. 462). Tutto questo è una minaccia perché decostruisce ciò che si capisce come differenza biologica tra uomo e donna, padre e madre, marito e moglie.
Ciò che sembra essere più grave è il fatto che questa ideologia sta giorno dopo giorno più inserita nel sistema politico dello Stato, cito ad esempio il Brasile, dove nella maggior parte del paese gli uomini sono già visti come una figura nemica per parte delle donne (che difendono il femminismo). Ciò che è presente nel testo sul tentativo di cambiare il termine sesso per orientamento sessuale, sull’attacco alla famiglia, al modello dell’educazione e alla religione è qualcosa oggi molto evidente in Brasile per parte del movimento femminista locale.

Bibliografia

FERGUSON, A. – FOLBRE, N. «The unhappy Marriage of Patriarch Capitalism», in women and resolution, South End Press, Boston 1981, p. 80.
Pont. Conc. per la Fam. «Lexicon: Termini ambigui e discussi su famiglia, vita e questioni etiche», in ideologia di genere e portata, EDB, Bologna 2003, pp. 455-470.

A summary of ethical review of Body Worlds: An Anatomical Exhibition of Real Human Bodies



Nome: Leandro Martins da Silva                                                     
                                                     

 The summary of ethical review of the article Body Worlds: An Anatomical Exhibition of Real Human Bodies presents some relevant discussion that has been considered as the central point for the bioethics today, particularly when it concerns the dignity of the human person. The article states and acknowledges the complexity and the controversies of the exhibition of human bodies in the world, specifically in some cultures where the person is still seen in its sacredness and in its inviolability. From an ethical point of view the article also consider necessary evaluate ethically the goal of the exhibition, why the bodies or different parts of a body have been donated and what are the legal procedure for such expositions are also part of the main reflection.
It is taken for granted the contribution made by the professor of bioethics Dr. Hans-Martin Sass in Heidelberg. He, on behalf of the Science Center for the exhibition of human bodies, traveled to the Body World’s offices throughout Germany and visited the Institute for Plastination in Heidelberg in order to verify ethically and carefully all the donor consent forms and death certificates and see if all the 206 bodies there publicly exhibited have been donated for the purpose of public exhibition. Such research has got positive results and have concluded that 180 out of 206 of the donors have agreed that the body would be exhibited for educational purposes.
But considering the relevance of some controversies and some possible disrespect against the body, the article highlights that it is necessary to consider some decisions made by the California Science Center. That Center based on the recommendations of the Ethics committee and of the special bioethics’ advisors solicitate three main points: that any «exhibit presentation need to be respectful»; there should be a minimum age limit for the exhibit, if not, all children under 13 should be accompanied by an adult responsible person; the visitors should be encouraged to reverence and respect the bodies (RUDOLPH, pp. 6-9).
All these exhibitions of platinated human bodies or human organs must be respected according to cultural, religious, social and ethical values. It is true that all these recommendations are essentials and are based on human rights, but none of them in the article testify clearly about the dignity of the human person as being of image and likeness of God.

Bibliography

RUDOLPH, J. N., et al. «Body Worlds: An Anatomical Exhibition of Real Human Bodies», in California Science Center, (2009) 1-9. Accessed on 21st of December 2018.

A FENOMENOLOGIA E A INTENCIONALIDADE DA CONSCIÊNCIA EM HUSSERL E SARTRE



Como entender a fenomenologia e qual sua relação com a intencionalidade em Husserl e Sartre? É na busca dessa resposta que iniciamos a nossa dissertação tendo em vista que ambos os filósofos têm perspectivas diferentes, porém correlacionadas entre si.
Significar a fenomenologia em Husserl é entender os modos de aparecer e ao mesmo tempo do manifestar-se da essência das coisas à consciência. A essência não é adquirida por meio da abstração empírica como sustentam os empiristas, mas sim por meio da intuição da essência, que Husserl chamará de intuição eidética. Essa intuição é determinada pela maneira de aparecer (ou aparição) dos fenômenos à consciência.
Husserl fundamenta o seu pensamento a partir do conceito de consciência como algo que é caracterizado, necessariamente, por uma intencionalidade. A consciência para o fenomenólogo é um fluxo intencional que se dirige ao objeto intencionado e existente. Não se pode ter consciência do nada, como se o nada pudesse ser visado. Nesse sentido toda consciência é intencional, isto é, toda consciência é consciência de alguma coisa, ter consciência é noese, e noema é o objeto do qual se tem consciência. A consciência não pode ser reduzida às pretensões empíricas, uma vez que nela, não se toca, nem se pode tomá-la para si (à mão) como se fosse um objeto concreto. A intencionalidade como o elemento essencial da consciência é um visar a ser, um estar aberto a ser... É transitoriedade entre sujeito e objeto intencionado.
Talvez, o ponto chave da fenomenologia em Husserl é que, toda intencionalidade visa o fenômeno, que é a aparição das coisas e não, aparência. Para Husserl há diferença entre aparição e aparência. Entendemos a primeira como algo que remete à essência da coisa em si. Já a última, numa linguagem kantiana, podemos entendê-la como uma ilusão, algo que está fechado, o oposto de consciência, por fim, é o que se manifesta. Porém, para Husserl a aparência não deve ser entendida como contraposta à coisa em si. Pois, toda intuição que apresenta alguma coisa deverá ser fonte de conhecimento e, todo objeto que se apresenta a nós como intuição deverá ser compreendido da forma como se apresenta.
Para a fenomenologia há diferença entre “conhecer o aparecer do objeto” e “conhecer o objeto que aparece”. Se conhecermos o que aparece do objeto é bem provável que viveremos o aparecer do objeto que aparece. Esse conhecimento do aparecer diz respeito a um conhecimento pautado em crença, senso comum, ou persuasão.
Husserl pensava criar uma filosofia fenomenológica rigorosa que suspendesse tudo aquilo referente às doutrinas filosóficas nas discussões metafísicas, e posteriormente, suspender, sobretudo, as crenças, as verdades das ciências e aquilo que afirmamos na vida cotidiana. É nisso que resulta a epoché, que significa suspensão de juízos sobre tudo o que nos diz as doutrinas filosóficas e as nossas convicções. O objetivo da epoché é de atingir uma evidência e algo objetivo. Para o fenomenólogo em questão, nada resiste à suspensão, exceto a consciência, portanto, esta é algo evidente, é aquilo que constitui o mundo e a essência da existência das coisas.
Além de Husserl, também Heidegger e Sartre beneficiaram-se da fenomenologia, embora de formas muito diferentes entre si. Os dois últimos fundaram uma nova forma de pensar o fenômeno se é que podemos considerá-los de fenomenólogos. O certo é que as diferenças conceituais entre o trio parecem ser algo inovador. Pois, enquanto Husserl pensava na consciência como algo que intencionava um fenômeno, ou como pura transitoriedade entre o sujeito e o objeto, Heidegger a via como pura ilusão metafísica. Para este, o que existe é o Dasein e não a consciência. O termo alemão tem conotação existencial do ser e, significa, literalmente, o “aí do ser”.
O certo é que no Dasein já não há intencionalidade como vimos em Husserl, mas sim, uma preocupação enquanto conceito chave que remete á afetividade do ser. O ser para Heidegger é um existente preocupado que, enquanto possibilidade, foge de toda categoria da linguagem. Ele está aquém da capacidade ôntica e empírica (afeto, desejo, conhecimento, linguagem). Ele se dá em três momentos: ser no mundo, ser com os outros e ser para a morte.
O primeiro conceito remete ao sentido de existência, ele é puramente existir, e por isso, é projeto que transforma as coisas no mundo. O segundo conceito é aquele que não é capaz de existir temporalmente sem outros e sem os cuidados com os outros. Aqui parece claro o ser que se preocupa com a existência do outro e com a possibilidade da liberdade de assumir sua própria liberdade. O terceiro e último conceito é o ser para a morte, aqui há a realização do ser. A morte não é, senão, impossibilidade permanente da existência, ela é a possibilidade de que todas as demais possibilidades se tornam impossíveis. Dessa forma, a morte é o nada, é o sentido autêntico da existência.
É nesse sentido, do ser para a morte, que é possível apreender o ser como aquele da angústia diante da morte. A angústia é uma experiência reveladora do nada que põe o ser diante existência anônima. Por essa razão, o Dasein revela o nada da existência.
Sartre por sua vez, parece mais próximo de Husserl do que Heidegger, uma vez que ambos compartilham de forma semelhante a respeito do conceito de consciência. Para Sartre a consciência é consciência de qualquer coisa, ela é um nada que intenciona o ser. Esta se presentifica apenas no humano, este é indeterminado ontologicamente, além disso, é pura existência, e, por assim ser, é o nada. Esta categoria, nada, é livre e indeterminada, é ela que condena o homem a viver totalmente livre. Para o fenomenólogo o ser humano está condenado à liberdade, esta por sua vez, é pura possibilidade.
Apesar de Sartre dividir o conceito de Ser e de humano, ele afirma que o homem é consciência do ser. O ser é entendido como o Em si, as características destes são: isento de consciência, de possibilidade, de existência e de liberdade. Já o humano se caracteriza como o oposto do ser, suas principais características se dão pelo fato de possuir consciência aberta à qualquer coisa, possibilidade, liberdade, existência, e por ser indeterminado. O de ser indeterminado é condição para a existência de todas as demais características.


REFERÊNCIAS CONSULTADAS

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario.  História da filosofia: de Nietzsche à escola de Frankfurt. Vol. VI. São Paulo: Paulus, 2006.

A construção deste trabalho baseia-se no texto de Jean-Paul Sartre, intitulado: “Uma ideia fundamental da fenomenologia de Husserl: a intencionalidade”.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A HIERARQUIA DO SABER FILOSÓFICO – POLÍTICO EM PLATÃO


 
A HIERARQUIA DO SABER FILOSÓFICO – POLÍTICO EM PLATÃO
 INTRODUÇÃO À FILOSOFIA ANTIGA

 Q
 
uando dizemos que a filosofia nasceu na Grécia, ao mesmo tempo consideramos que ela teve uma forte ligação com o mito, uma vez que entre os séculos VII a IV a. C. o pensamento mítico era imprescindível para explicar a origem das coisas.
Ora, como que o mito e a filosofia tiveram uma forte ligação se ambos têm duas concepções diferentes do mundo? A concepção que se tem hoje sobre o mito é muito diferente da concepção que se tinha na época da Grécia Antiga. Quando falamos em ligação do mito com a filosofia não queremos dizer que o conceito de ambas as palavras são semelhantes, mas que o mito é fonte da filosofia. A mitologia tentava explicar, ou mesmo, responder à origem das coisas, a vida, a morte, a origem do mal e a relação do homem com a natureza e com o mundo.
A filosofia surgiu a partir da superação do mito, sua função era problematizar o porquê da existência das coisas na sua totalidade, ela nasceu a partir de uma necessidade de uma nova ordem de pensamento. Como a curiosidade maior da filosofia é buscar e entender explicações da origem das coisas, ela exige uma coerência lógica e racional e, não admite fantasias nem contradições. Nesse caso, a razão é o objeto primordial da filosofia, por isso que o mito foi perdendo sua autoridade para o pensamento racional que exige metodologia (método lógico) e um rigor diferente para a explicação da realidade puramente racional.
            A Filosofia Antiga pode ser chamada de filosofia clássica ou grega, pois foi desenvolvida na Grécia antiga pelos gregos a partir do momento em que eles começaram a se preocupar com as condições sociopolíticas, econômicas, culturais e espirituais na polis (Cidade Estado). A arte grega, as fortes influências da, Ilíada de Homero e da Odisseia de Hesíodo também expõem fortes explicações sobre a origem do Universo (cosmologia) e do nascimento dos deuses, (teogonia) são temas que se relacionam com o mito. Segundo os gregos até o século IV a. C., tudo que existia no mundo era explicado por meio de intervenções divinas. Para os gregos a liberdade de expressão, a contemplação da verdade, as reflexões e o desejo de conhecer o puro conhecimento que estava fora da realidade mitológica ocasionou o surgimento da própria filosofia que antes era compreendida como interpretações mitológicas.  
 
As fases e períodos da história da filosofia antiga
 
Entre o século VII a. C ao VI d. C. distingue-se alguns períodos: o período naturalista ou pré-socrático, caracterizado pelo problema da arché da physis (o princípio da natureza) que quer dizer a origem de todas as coisas, esse problema foi introduzido principalmente por três “naturalistas” ou filósofos físicos. O primeiro foi Tales de Mileto (século VII até primeira metade do VI a. C.) que chegou a conclusão de que o princípio de tudo é a água, por ocasião de que ela está em todos os locais em que há vida.
            O segundo foi Anaximandro de Mileto (século VII até segunda metade do VI a. C.) discípulo de Tales, ele concluiu que o princípio de tudo não é nenhum elemento natural, mas, o apeíron, que é aquilo não identificável com os elementos naturais, além de ser infinito tanto em conceito, quanto em qualidade e quantidade.                     
            E o terceiro naturalista, Anaxímenes de Mileto, (século VI a. C.) discípulo de Anaximandro, discorda dos elementos anteriores e propõe que o elemento gerador de todas as coisas (arché) é o ar infinito que está em movimento constante, o ar entra em processo de condensação em água e terra, e em fogo pela rarefação. 
Período humanista, parcialmente, caracterizado pela decadência da filosofia naturalista, nele está os sofistas, homens itinerantes da época que possuíam bons argumentos aos problemas que a respeito do homem na polis e sua posição política na sociedade. Esse período constitui o início da filosofia socrática, na qual Sócrates, pela primeira vez procura determinar a essência do homem, pois em si está sua alma e na alma a sabedoria.
É um momento coincidente com o século IV a. C. que segue marca a presença de Platão e Aristóteles, ambos se preocupam com a felicidade do homem inserido na pólis (cidade grega). Platão descobre a existência de dois mundos o suprassensível e sensível, já Aristóteles, trata de outros problemas filosóficos, dois deles são o da substância e o do Ser em ato e potência.
Período pós – socrático, marcou o surgimento das escolas helenísticas: o cinismo, epicurismo, estoicismo, ceticismo e ecletismo que prepararam a civilização medieval e o modelo do pensamento no Ocidente. Essas escolas começaram a surgir em virtude do uso da razão. Mas surge o cristianismo, introduzido e caracterizado pelo pensamento neoplatônico, registra-se então uma mudança radical de estilo de vida que marcou a história dos gregos e romanos pagãos, pois não mais seria possível a fé sem um modelo cristão, fato que corresponde ao início do período medieval e ao mesmo tempo a expansão do cristianismo.
 
 
    AOS ESTUDANTES
 
Nesse capítulo que se refere à Filosofia Antiga o texto didático, nos expressa uma preocupação com textos que valorizam o conhecimento filosófico e científico e com a dimensão histórica das disciplinas de maneira contextualizadas cronologicamente à uma linguagem altamente acessível ao aluno de Ensino Médio. O texto não quer apresentar apenas o conteúdo, mas também questionar para um aprendizado eficiente. De fato, é um livro diferente, pois procura interagir o aluno em diferentes perspectivas de análise.
As atividades propostas são inclusas à leitura de textos, à atividades em grupos, seminários, relatórios de filmes e do que foi discutido na sala de aula, participação na aula, resumo de textos e atividades do livro em geral. Serão formados grupos de debates para melhor entendimento dos conceitos da tradição filosófica, interpretações de textos e vídeos, de modo, a buscar modos de pensar filosófico, crítico e criativo para facilitar discussões dos problemas da vida em cada período proposto. Os alunos serão avaliados a partir de participação na sala de aula, pelas atividades do livro, resumos e por meio de provas descritivas.
 
Uma vida sem ser questionada, não vale a pena ser vivida. PLATÃO
 
          Bons estudos.       
 

 
 
 
 
 
O SABER COMO MOTIVO PARA A MORTE DE SÓCRATES
 
 Para início de estudo filosófico, a filosofia de Platão é fruto de um acontecimento escandaloso em Atenas, a morte de Sócrates. Toda obra deste filósofo político é posterior a este episódio tão marcante em que os atenienses se comprometeram. O próprio Platão é um dos mais célebres dos socráticos, pois após a morte do mestre Sócrates, procurou perpetuar a sua memória na prática ou mesmo na escrita. Tanto é verdade que, os textos que a ele precedem, resumem-se a nós em pouquíssimos argumentos.
O verdadeiro problema que designou a morte de Sócrates é composto de uma série de fatores. Suas perguntas se referiam a ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos, além disso, ele fazia pensar sobre as questões políticas na polis. “Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as Leis”. (CHAUÍ, Marilena, 1995, p. 38) Ele como bom sábio, não esperava que os jovens atenienses pudessem não acreditar em suas verdades explanadas em praças públicas perante grandes Assembleias.
Não foi por acaso, que Sócrates ignorou a teimosia dos atenienses que também costumavam se preocupar consigo mesmo e acreditar em aparências que são coisas enriquecedoras do corpo e não da alma, além de, cultuarem deuses estranhos. Sócrates por ser tão sábio e obviamente verdadeiro, sua sabedoria foi motivo de inveja para muitos atenienses que condenaram – o a morte por envenenamento, de certo modo obrigaram-no a ingerir uma taça de cicuta.
As palavras deste sábio, vítima de injustiça, “não sei atenienses, que exerceram meus acusadores em vosso espírito; (...) Verdade, porém, a bem dizer não proferiram nenhuma”. (PLATÃO. 1996, p. 29); expressam certa ingenuidade por parte dos acusadores e irrelevante motivo que justifica sua morte. A seção seguinte procede do acontecido (a morte de Sócrates) que marcou a história de Platão e, vislumbra a questão política responsável em se preocupar com os filósofos do período Socrático na pólis (cidade grega).
 
SABER GOVERNAR E FALAR PODE SOLUCIONAR OS PROBLEMAS POLÍTICOS
 
Sócrates quando acusado injustamente pelos Atenienses, oportunizou a abertura da filosofia platônica. É claro que para Platão, a morte de Sócrates foi um fato relutante à polis. Mesmo após o ocorrido a regressividade gradativa no poder político da cidade não cessava, o estímulo que o cidadão possuía para conhecer a essência das coisas e viver a plena justiça também estava em decadência, esse fato levou Platão a expor sua forma de pensar sobre o problema da política da cidade, e sugerir uma nova forma de governo que visasse o sistema político como um todo, de modo especial a educação, pois os cidadãos atenienses estavam “cegos” e numa realidade anormal. Para ele, a atitude dos que estavam no governo (poder) regredia o crescimento político e econômico uma vez que deveriam tomar as atitudes em benefício de toda a cidade e não de alimentar seus próprios interesses individuais. Quem partilhava desse modo de viver (a favor da instabilidade política) não tinha o real conhecimento e inteligível, eram “cegos”, logo, estavam “acorrentados” no fundo da caverna.
Hipoteticamente, umas das soluções que poderia conformar Atenas dos conflitos políticos e deixá-la feliz, talvez, já não fosse o logos uma vez que as palavras do sábio Sócrates aos atenienses parecessem ser triviais perante o ponto de vista sofístico. O logos, é um termo grego que quer dizer a palavra, regra, princípio ou lei, passou a ser instrumento de defesa nos argumentos dos sofistas, conferencistas itinerantes e originários da parte da Sicília que atraiam numerosos ouvintes, sobretudo em Atenas onde os habitantes eram os amantes da retórica. (PLATÃO. Idem, 1985, p. 13).
 “numa democracia a palavra é soberana; convém, portanto, aprender a arte de falar a fim de levar as opiniões para a Assembleia, ou de defender diante dos tribunais”. (MANON, Simone. 1922, p. 2).
 
SABER É UMA TAREFA POLÍTICA
Filosoficamente, aos gregos, de modo especial para Platão, a arte da palavra era caracterizada como soberana apenas quando bem utilizada. Em Atenas, o logos tinha seu lugar central, pois quem ambicionava o poder na Assembleia devia, sem dúvida, antes de qualquer coisa, ser um bom orador. Por isso, para ser ateniense e simultaneamente um bom governo era preciso saber falar como um verdadeiro Górgias. (PLATÃO. 2011).
A linguagem, bem como, o logos, era um dom dos deuses, nesse caso, quem fazia seu uso tinha que esse dom recebido fazendo dele um uso adequado. Em Platão, a linguagem reflete aquilo que as coisas são, uma ação injusta nunca deve ser louvada, da mesma forma, o verdadeiro nunca deve ser confundido pelo falso e, evidentemente, a aparência nunca leva vantagem sobre o ser. Simone Manon (op. cit. p. 9) evidencia com relação aos gregos que, “se o logos é um dom divino, falar é dizer o ser das coisas, uma ação dita corajosa merecia ser louvada assim como uma ação dita virtuosa”.  Portanto, já que o logos se preocupa em dizer as coisas assim como elas são em sua essência, certamente, os filósofos e os sofistas teriam razão confiar nele.
Não é apenas por meio da técnica de saber governar, mas também, por meio do logos que a justiça em Platão é visada como um bem maior. A essa razão, pode-se dizer que quando o cidadão expressa a verdade do ser, ele está sendo justo. Na maioria dos diálogos platônicos Sócrates não quer apenas saber objetivamente o significado dessa virtude (a justiça), mas também, vivê-la, ainda que, viver essa virtude para aqueles que não a conhece significa não ser feliz. Já dizia ele próprio que: “quem puder definir a justiça como tal será necessariamente justo; porque se a justiça é bela como se ouve dizer, ninguém cairá na injustiça”. (PLATÃO. Idem, 2007, p. 233).
OBSERVAÇÃO
 
como esse blog é mais de caráter pedagógico, serão postados a princípio e em alguns casos juntamente com os textos, as atividades avaliativas, embora elas sejam opcionais para a avaliação do aluno, também é um modo de avaliar o próprio leitor do blog.
A forma de avaliação será tanto individual, coletiva, oral e escrita. Os instrumentos de avaliação comportam , por um lado, a observação sistemática durante as aulas sobre questionamentos feitos pelos alunos, como são feitas as abordagens conceituais, registros de debates, de entrevistas, pesquisas, vídeos.
Os critérios de avaliação precisam estar em busca de uma aprendizagem significativa levando o aluno a compreensão de como as Ciências funcionam, sua relação com a tecnologia e a sociedade atual e sua implicação ao longo da história.Vincular os conceitos científicos ao mundo natural e cultural dos alunos possibilitando a participação em opiniões e tomadas de decisões em busca de qualidade de vida e equilíbrio ambiental.
ATIVIDADES PARA DEBATE

1.    Reúnam-se em pequenos grupos e responda as questões abaixo. Essas questões têm como função resgatar seu nível de compreensão de textos filosóficos e mostrar como se faz uma discussão em grupo numa perspectiva filosófica.                                          
  1. A partir da leitura de seu grupo discuta com seus colegas, qual a definição da Filosofia Antiga e como ela surgiu.
  1. Explique com suas palavras os acontecimentos responsáveis pelo surgimento da Filosofia Antiga.
  1. No período pré-socrático existiram os filósofos naturalistas são assim chamados por que explicaram a arché da physis (princípio tudo) por meio de uma das teorias dos quatro elementos, (terra, ar, fogo e água) ou pelo apeíron que não se reduz a um único elemento natural. Expliquem quais foram os filósofos naturalistas e qual a forma de pensamento de cada um a respeito da arché da physis.
 
  1. Segundo a leitura, quais os períodos da Filosofia Antiga?

  1. No período socrático, ou humanista, segundo o texto, existiram três grandes pensadores que são honrados no campo da Filosofia Antiga pelos filósofos de hoje, quais?
  2.  
     
     
     
     
    BIBLIOGRAFIA
CASERTANO, Giovanni. Uma introdução à República de Platão. trad. Maria da Graça Gomes de Pina. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2011.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 4. ed. São Paulo, Ática, 1995
 
GOMES, Morgana. Platão. 1.ed. São Paulo, Minuano, [entre 1996 e 2008].
 
JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. Trad.Leonidas Hegenberg e Octanny S. da Mota. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1965.
 
MANON, Simone.  Platão. Trad. Flávia c. de Souza nascimento. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1922.
 
PLATÃO. Sócrates: os pensadores. Trad. Jaime Bruna; Líbero R. de Andrade; Gilda M. R. Strazynski. 1. ed. São Paulo: Nova Cultura, 1996.
PLATÃO. A República. Trad. Ciro Mioranza. 2. ed. São Pauo: Escala, 2007.
PLATÃO. Górgias de Platão. Trad. Daniel Rossi Nunes Lopes. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.
 
 

sexta-feira, 22 de março de 2013

professor da PUCPR. Dr. Bortollo Valle fala sobre Platão

 
 
No vídeo acima, o professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Dr. Bortollo Vale, nos lega a importância do pensamento de Platão para a Filosofia e para a vida política não necessariamente do período da Grécia Antiga, mas também dos dias atuais. Quando levamos em consideração o papel da política em Platão podemos perceber claramente que a sociedade ainda está inserida numa ideologia.
Enquanto a política antiga não se deve, porém, esquecer de que a luta por uma sociedade mais justa não é novidade, desde a antiguidade, a liberdade, a educação e o comportamento além da luta pela igualdade dos direitos de sobrevivência tem se tornado tão comum que falar de política hoje parece falar de algo relutante, e difícil, pois cada um tem direito de expor seu ponto de vista, mas, parece que ficamos perdidos diante de tantas formas de pensamento que de alguma forma tira a autonomia que temos sobre nós mesmo, ou corrompe-a. Para Platão a situação na qual a sociedade está inserida é de responsabilidade política de cada cidadão. O cidadão incapaz de agir corretamente está "preso no centro da caverna". Por isso ele precisa de alguém que ajude-o a sair da ausência de conhecimento verdadeiro, está na caverna é está na extrema escuridão inconscientemente,  e apenas aquele que tem autonomia cognitiva (o filósofo) é capaz de descer à caverna que é um mundo das sombras e mostrar (ensinar) ao indivíduo "cego" que a realidade em que ele está inserido é apenas fictícia, pura doxa.
Jamais se deve confundir, ou ao menos comparar o conceito de Democracia Antiga com o atual. As vezes o sistema político do nosso estado não considera que a virtude maior do cidadão é o conhecimento, mas antes de tudo o poder capitalista.
O professor alega ainda que "falar de Platão é falar de um dos maiores nomes do pensamento ocidental, a filosofia do Ocidente não passa de nota ao pé da página à filosofia de Platão. Nesse sentido, o que há de tão marcante no pensamento desse filósofo grego que tem marcado toda a racionalidade ocidental"?
Ora, todo o tema de Platão aborda realidades em que a sociedade vivenciava. Desde concepção de mundo, até as mais específicas, dentre elas, questão do conhecimento, questão da alma, política, ética, educação, amor, liberdade, amizade, justiça, etc. Sua filosofia é visada como uma forma de autonomia e ao mesmo tempo calorosa no sentido de que causou uma grande evolução em todos os temas as dimensões políticas propriamente ditas.

 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

INTRODUÇÃO À BIOGRAFIA DE PLATÃO



  Imagem retirada da obra abaixo citada como referência.

Platão, nome que em grego (Πλάτων) quer dizer, largueza.

Platão foi o filósofo político que marcou a história da humanidade com seu pensamento. Nasceu em Atenas por volta de (428/427-348/347 a. C.), é um dos filósofos, extraordinariamente, mais conhecido da Antiguidade Clássica, discípulo de Sócrates e fundador da Academia, escola em que trabalhou e expressou seus pensamentos a maior parte de sua vida.
Seu nome oficial era Arístocles, mas foi nomeado Platão após a morte. Por ele ser extremamente sábio, é a razão que justifica esse nome – Platão -, que quer dizer largueza. O filósofo ateniense passou a viver e a exercer sua filosofia a partir dos vintes anos de idade após conhecer Sócrates com 60 anos.
 
De certo, se interessou a princípio pela filosofia de Heráclito e de Parmênides e reafirmou a validade dos ensinamentos socráticos, mas em seguida obteve uma visão maior e, portanto passou a criticar a forma de governo da cidade ateniense. Assim, consequentemente, logo abriu portas para um saber no qual o horizonte filosófico-político passou a ser entendido como uma investigação contínua sobre a forma de viver política e socialmente na pólis, (cidade grega). É verdade, que todas as suas 36 (trinta e seis) obras em forma de diálogo subdivididas em 9 (nove) tetralogias expressam sem dúvida uma preocupação progressiva, em fazer com que, a cidade política (pólis) se tornasse justa e um local em que cada cidadão pudesse viver sabidamente livre, mas para isso ele evidenciou uma exceção. Segundo ele, a cidade só chegaria a esse ponto (justa) se fosse governada por reis filósofos, que por sua vez eram os únicos justos, e os que conheciam a sabedoria.

           Assim, segue o grande paradigma que realça o saber platônico como primordial, e por assim ser, o mais importante do ponto de vista político da Grécia Antiga e, atualmente, de todo o Ocidente.  
REFERÊNCIA
 CASERTANO, Giovanni.  Uma Introdução à República de Platão. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2011. 123p.





    

domingo, 10 de fevereiro de 2013

   
       Esse site foi lançado, intuitivamente, para evidenciar elementos filosóficos a repeito de meus estudos que garantem ao público do ensino médio e universitário uma ampla discussão a cerca do tema, a política em Platão, e em outros outros filósofos.
 
Estaremos sempre com novas postagens a respeito do tema.
 
No Gráfito abaixo ilustra-se claramente um dos temas que serão desmenbrados ao longo de um dos trabalhos conforme o plano, a nível de ensino acadêmico universitário e médio.